Quem somos?
Somos conhecedores da nossa realidade humana, temos a capacidade de dar significado a nós e a tudo ao nosso redor, e simplesmente fazendo uso da nossa razão, do nosso pensamento, e da forma como expressamos este pensamento.
O ser humano é mantenedor de infinitas faculdades que o fazem único, original. É possuidor de afeto, de entusiasmo, é livre, complexo, indeterminado, imprevisível, inteligente e, todas estas capacidades quando aplicadas, quando demonstradas comprovam que o mesmo é consciente da sua existência.
Passamos por muitas experiências, não importando as análises que se tem das mesmas, o que importa é que elas demonstram a vivência de cada Ser.
Desde o seu nascimento e por todo o transcorrer da sua vida, o homem desenvolve relações de socialização com os pais, cuidadores, familiares, escola, amigos, trabalho, relacionamentos; enfim, estas relações deveriam dar suporte ao individuo para tornar-se seguro, independente, autoconfiante, etc.
Porém, a realidade não é esta. Muito frequentemente nos deixamos ser sugestionados em nossas ações, em nossas decisões, em nossos comportamentos, em quem somos e no que queremos. São os condicionamentos impostos por terceiros, e aceitos por nós sem nenhuma dúvida, reflexão, questionamento, simplesmente aceitamos. Concordamos deliberadamente em seguir padrões de referências tidos como notáveis e corretos, e é com base nestes padrões que direcionamos nossas vidas.
Dispomos de inúmeras vivências e ideias, temos percepção e princípios, contudo, sobrevivemos na superfície da nossa própria vida. Abandonamos à deriva a nossa firmeza, o nosso equilíbrio, a nossa profundeza existencial.
Talvez por medo de julgamentos, de não sermos aceitos em determinados grupos, ou quem sabe, medo de descobrir quem realmente somos, assim anulamos a apresentação da nossa verdade, verdade esta que ultrapassa o mundo das aparências.
Nos perdemos de nós mesmos, somos embalados por uma sociedade dirigida por condicionamentos e conformismos.
É fundamental que cada um descubra a sua verdade essencial, tornando-se consciente de sua existência, tendo plena responsabilidade por aquilo que realmente é, e usufruindo da liberdade real de dar um significado à sua existência.
Assim lhe pergunto caro leitor: Quem Somos?
Seres potenciais, com poder de refletir, de debater, de ter suas próprias opiniões e escolhas, de ter o poder de construir a sua vida fazendo uso da sua razão, e mostrando ao mundo que realmente é um Ser em sua grandeza?
Ou
Indivíduos inativos, que aceitam sem argumentar tudo o que lhe é transmitido, tudo o que lhe é demonstrado como padrão de referência simplesmente por medo, não importando em se negar o direito de ter uma jornada significativa, onde se tem direito à escolhas, e também responsabilidades pelas consequências de suas escolhas.
Margarete Ap. Fernandes dos Santos Vicente